terça-feira, 24 de abril de 2012

Três, dois, um



Se as nossas exigências fossem realmente necessárias e nossos desejos coubessem num papel, talvez a vida fosse mais fluida. Teríamos menos compromissos, menos posses e menos pose. Os risos matariam a fome e os versos virariam chocolates. Sem calorias e culpas. O tempo pararia com o fechar dos olhos. Assim, dormiríamos tranquilos todos os dias. Oito, nove, dez horas. Sem atrasos, nem olheiras.

Pena que dificultamos tudo. Nossas exigências são supérfluas e os desejos extrapolam laudas e laudas. A rotina, burra e previsível, implora por risos, versos e chocolates. Investimos mais tempo em reuniões de negócios do que em encontros com os amigos. Vivemos mais para os outros do que para nós mesmos. Enquanto isso, o tempo segue impiedoso. Até o dia em que ele para, por completo, com o fechar dos olhos. E deixamos de acordar.

A vida tem roteiro e nós somos inteiramente responsáveis por nossa história. Por isso, quebre protocolos, invente uns cacos, reescreva atos e faça como no teatro: mande algumas pessoas à merda. No bom e no mau sentido. Mas não se esqueça: é tudo ao vivo e sem volta.

O espetáculo é breve e não permite ensaios.

A vida é simples. Nós que a complicamos.

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