quinta-feira, 12 de abril de 2012

Ao modo do chef




Vivemos sonhando com o dia em que vamos comer caviar. Sem ao menos saber o que é a iguaria. Muito menos se vamos gostar dela de fato. A verdade é que nós não variamos o nosso cardápio por simples acomodação. Nós não conhece...mos nem 5% das receitas. E nem é por falta de acesso, mas sim por ignorância e, muitas vezes, por preguiça. Comer não é e nem deve ser mecânico. É um prazer. Tão importante quanto o sexo.

Se pararmos pra pensar, o ritual da comida é a única necessidade fisiológica que o ser humano tem o costume de fazer em grupo. Até agora nunca recebi um convite para um cocô coletivo. E espero nunca receber. Os mais pervertidos devem estar pensando: “pera lá, tem o sexo também”. Não. Definitivamente não. Um almoço pode ser compartilhado com a sua avó sem problemas. Já o sexo...

Muito mais do que reunir pessoas, o ritual da degustação deve ser encarado como, de fato, um ritual. Com adoração, num templo adequado. E com a percepção dos aromas e dos sabores. Hortelã, nozes, azeite de oliva, manjericão. Delícias que estão em qualquer prateleira de supermercado e que, às vezes, deixam de enfeitar nossos pratos simplesmente porque não temos saco para catar folhinhas e inventar frescuras ao modo do chef. 

Folhinhas? Frescuras?

Nossa vida é uma metáfora dos nossos pratos. Pensem nisso. Tem gente que come em cumbuca, em marmita, na panela. Tem também os que não comem. Há aqueles que sequer olham o que estão mastigando. Até porque a novela deve ser mais importante. Contudo, existem os indivíduos que colocam uma pimentinha diferente no feijão, noz e manjericão na macarronada, azeite extravirgem na torrada, com uma colherinha de cebolinha verde. 

Frescura? 

É realmente frescura pensar que um tempero novo pode mudar todo o cardápio? 

Há quanto tempo sua rotina não vê uma salsinha?

Arroz com feijão é gostoso. Mas cansa. E tem muita coisa interessante, ao seu redor, para ser experimentada. Fica a receita. Com um toque de pimenta.

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